A contaminação e adulteração de produtos, amplamente divulgadas nos meios de comunicação, estão exercendo um papel importante para o consumidor: a conscientização pela busca da qualidade.
Diversos alimentos e produtos têm sido postos à prova e os resultados são dramáticos. O que antes parecia altamente confiável, como o caso do leite industrializado, deixou de ser e passa a ter uma fiscalização mais rigorosa em todo o País, segundo as autoridades.
O tema da conscientização em busca da qualidade parece ser óbvio, mas não é. Tomemos como exemplo o queijo adulterado, no total de 16 toneladas apreendidas em Minas Gerais, e outras 90 toneladas já comercializadas. Ao vermos as imagens na TV, em pleno horário nobre, é difícil acreditar que alguém tivesse a coragem de comprar e consumir queijo naquelas condições. Mas a realidade é que as pessoas compravam, principalmente pela questão preço, já que o queijo impróprio era vendido abaixo do valor de mercado. No caso do leite, os próprios empregados da cooperativa se negavam a consumir os milhares de litros que forneciam à população.
Os exemplos acima podem ser levados a muitos setores da economia. Há fabricantes que desconhecem o que produzem, ou agem propositadamente de má fé utilizando componentes de baixa qualidade para fornecer produtos a preços ínfimos, normalmente com a argumentação que são tão bons quanto as marcas conceituadas. Felizmente, há também fabricantes idôneos, que se preocupam em disponibilizar ao mercado produtos de qualidade comprovada, sem acarretar prejuízos financeiros e de saúde para a população.
Nesse aspecto, a ABRAFIPA tem trabalhado constantemente para propiciar acesso a informações e mecanismos necessários para que os fabricantes do setor, independente do porte da empresa, possam fazer produtos de qualidade. A certificação compulsória idealizada pelo Inmetro terá o aspecto positivo de garantir através do uso do selo de conformidade e o acompanhamento periódico dos Organismos Certificadores e dos laboratórios, aparelhos comprova-damente seguros.
Ainda assim, esperamos que o consumidor faça o seu papel de agente fiscalizador, cobrando das autoridades e do mercado produtos de qualidade não só no nosso setor, mas em todas as áreas de consumo e prestação de serviços, uma vez que mesmo com a certificação, poderá vir a ser tentado com produtos do mercado paralelo, mais baratos e sem atendimento aos padrões exigidos. Quanto às questões referentes à contaminação das águas - situação que só tende a se agravar devido ao aumento da poluição e do crescimento demográfico - a única certeza é que os aparelhos para tratamento de água para uso doméstico tendem a desempenhar, cada vez mais, papel de destaque na proteção da saúde da população, o que favorecerá as empresas que estiverem preparadas para atender a demanda em conformidade com as normas estabelecidas.
Moacyr J. Domingues
Presidente